Monday, September 11, 2006

Noticias de Dili

Polícia desiste do amotinado de Timor-Leste
The Australian
Mark Dodd
Setembro 12, 2006

A polícia Australiana e da ONU reconheceram que lhes faltam elementos para perseguir o líder amotinado Timorense Alfredo Reinado, que tem estado em fuga depois de fugir duma prisão de Dili quase há duas semanas.

O major das forças armadas fugitivo, entrevistado pelo The Australian num local secreto, parece em forma, saudável e não assediado pela lei quando lançou um forte ataque a um sistema de justiça "corrupto".

Também disparou um ataque ao novo Primeiro-Ministro, José Ramos Horta, a quem acusou de passar demasiado tempo for a e de fazer promessas que não conseguir cumprir.

Na sua primeira entrevista frente-a-frente com um jornalista estrangeiro desde que fugiu da prisão de Becora, o Major Reinado apelou à Igreja Católica e ao Presidente Xanana Gusmão para liderar um debate nacional sobre modos de resolver a crise política.

Torcendo o seu nariz às tentativas para o recapturarem, disse estar disponível para negociar com o Governo sobre entregar-se, mas não se isso significasse um regresso à prisão. "Estou pronto a enfrentar o tribunal, mas quando tudo estiver combinado," disse.

O The Australian encontrou o Major Reinado nas montanhas do sul do país depois duma semana de prolongadas negociações. Estas envolveram uma série de chamadas para números de telemóveis em mudança, mensagens de texto e a troca de senhas secretas com um dos apoiantes do Major Reinado num encontro a quatro horas de viagem da principal fileira de montanha de Timor-Leste.

O Major Reinado, 39 anos, admitiu que fugiu num veículo de quarto rodas e gabou-se de ter acenado aos soldados Neo-zelandeses quanto partiu. Mas disse que as forças internacionais e da ONU em Timor-Leste se deviam concentrar em apanhar outros criminosos que são piores do que ele.

Mas também se reservou o direito à auto-defesa, dizendo que não tinha feito nada de errado e estava intitulado a proteger-se a ele próprio no seu próprio país.

A polícia agora aguarda um reforço urgente para ajudar a cercar os elementos párias que permanecem uma ameaça no Estado da meia-ilha.

O comandante da polícia da ONU em Timor-Leste, Antero Lopes, disse que extra elementos, que devem começar a chegar na próxima semana, são necessários para derrotar o muro de silêncio criado pela família e amigos dos amotinados.

"Estamos a arranjar mais policias e com mais presença de policias conseguiremos melhores resultados."

O porta-voz da Polícia Federal Australiana Tim Dodds admitiu ontem que não há policias suficientes para cobrir vastas áreas do país e seguir a pista do líder amotinado treinado pelos Australianos, que fugiu da prisão com outros 56 presos em 30 de Agosto.

"Não conheço ninguém que saiba exactamente onde ele (Major Reinado) está. Seria como tentar encontrar uma agulha num palheiro," disse Mr Dodds.

Com cerca de 120 oficiais da AFP, a Austrália tem um dos maiores destacamentos de polícia em Timor-Leste mas, tal como a força militar de 1000 elementos, estão correntemente sob comando nacional e não da ONU.

Ao contrário das forças de defesa, a AFP juntar-se-á à ONU mas continuam as negociações entre Canberra e a sede da ONU em New York acerca dos termos do seu engajamento.

O Major Reinado disse que recentes afirmações de que estava preparado para lutar contra tropas Australianas o zangaram. "Não disse isso. Tenho tido relações boas com os militares Australianos.

"Não estou zangado com a ADF mas com a GNR, sabem o que defendo. Os Portugueses querem silenciar-me," disse.

O Major Reinado treinou na Austrália e a mulher mora em Perth, onde está à espera do quarto filho do casal.

"Tenho muitas saudades deles. Ouvi dizer que o meu puto mais velho está doente. Isso preocupa-me e eles estão sozinhos mas quero agradecer aos Australianos por cuidarem deles," disse.

O amotinado acusou que a sua luta corrente é (contra) um sistema legal corrupto e ao serviço dos políticos mas disse que não tinha a intenção de lançar uma guerra de guerrilha ou de pegar em armas contra o seu país.

O Major Reinado mantém-se orgulhosamente leal ao Sr Gusmão, dizendo que ele era "como um pai ".

"Gusmão é o único líder Timorense a quem (se pode) confiar e o único com capacidade para curar uma nação partida,".

E disse que a sua prisão em Dili por posse ilegal de armas foi tramada por interesses políticos pró-Portugueses destinados a frustrar as conversas de reconciliação planeadas pelo Presidente. Contudo, foi fechado sobre a questão das armas em seu poder.

Disse que estava disponível para negociar com o Governo sobre entregar-se mas não se isso significasse um regresso à prisão. "Estou pronto para enfrentar o tribunal mas quando tudo estiver negociado," disse, repetindo uma longa lista de queixas sobre o sistema de justiça disfuncional de Timor-Leste.

Preso inicialmente com acusações de armas ilegais, foi mais tarde acusado por tentativa de homicídio em conexão com o tiroteio de 23 de Maio envolvendo soldados da força de defesa no qual duas pessoas foram mortas.

"Não se resolve esta crise com armas. Esse tempo passou, meu amigo. Agora é tempo de conversar. Tomaremos alguns cafés, é o que gostaria de fazer, como o diálogo que sugeri," disse o Major Reinado.

Apesar de Mari Alkatiri ter resignado como primeiro-ministro em Junho, disse, "os socialistas de Maputo como Alkatiri" mantém-se nos ministérios, e a influência do antigo primeiro-ministro era ainda evidente.

O Major Reinado disse que a sua fuga da Prisão de Becora em 30 de Agosto foi planeada com duas horas de aviso porque lhe tinha sido dito que o seu pedido para ficar em prisão domiciliária era provável não ser aceite.

Admitiu ter ameaçado um funcionário da prisão para abrir um ou dois portões com cadeados, o que lhe permitiu e a outros 56 presos caminharem para a liberdade.

"Repare, podia ter fugido desde o dia um," disse. "Já viu aquela prisão? Esperei até há hora das visitas. Não envolveu muito planeamento.

"Lembre-se, sou um militar bem treinado e estava preocupado com os meus homens. Não mereciam isto," disse, referindo-se aos seus amigos presos com ele em 25 de Julho.

A desajeitada estrutura de comando da força internacional em Timor-Leste está a dificultar ainda mais a perseguição aos fugitivos.

Enquanto a ONU tem o mandato para fazer o policiamento, não pode ordenar à AFP para perseguir o Major Reinado. Essa ordem tem de vir de Canberra.

O Comissário Antero Lopes, à frente da força de polícia da ONU, admite que precisa de mais homens com boinas azuis e que precisa delas rapidamente, incluindo as Australianas.

Disse ao The Australian que espera dentro de oito semanas ter uma força de boinas azuis suficiente para poder manter a lei e a ordem na capital.

A força de polícia da ONU está projectada ter 1600 elementos, mas dados os pedidos de recursos policiais para outras missões da ONU, é crescentemente duvidoso que o alvo será atingido por países que expressaram interesse.

O comissário Lopes também quer a antiga polícia Timorense de regresso ao trabalho mais cedo do que a AFP, que está a exigir medidas de escrutínio mais apertadas para garantir que nenhum elemento pária seja readmitido ao serviço.



Polícia considera oferecer um prémio pelos fugitivos Timor de Timor-Leste
ABC News Online
Segunda-feira, Setembro 11, 2006. 8:21pm (AEST)

As Autoridades em Timor-Leste consideram oferecer um prémio nos seus esforços para recapturar 57 presos que estão em fuga há quase duas semanas.

A polícia internacional não está perto de encontrar os 57 fugitivos que saíram pela entrada da frente da prisão de Becora em Dili no mês passado.

O grupo inclui o antigo líder amotinado Alfredo Reinado.

O comandante da polícia Australiana Steve Lancaster diz que Reinado tem estado em comunicação com várias agências em Dili, mas tem conseguido iludir a polícia.

Diz que o Governo de Timor-Leste está a considerar um prémio financeiro.

"Estamos a falar com o procurador e com o Procurador-Geral aqui, e isso é para encorajar as pessoas, se conhecem onde estão, similar ao Crimestoppers... Se a informação for útil e ajudar ao relação ao regresso ou à descoberta desses fugitivos então podemos considerar essas opções de oferecer prémios," disse.

O Comandante Lancaster diz que Reinado ainda se recusa entregar-se.

Diz que até agora a polícia ainda não conseguir encontrar pistas de nenhum dos presos fugitivos.

"Particularmente dentro de Dili, respondemos rapidamente, mas outra vez temos que chegar lá a tempo, antes deles partirem," disse.

"Quando às vezes recebemos muita, muita informação falsa sobre onde estão, assim perdemos alguma energia tentando localizar essa gente."



Mari Acusa Horta de Golpe de Estado
Unotil
Revista dos Media Diários
Sábado 09 Set, Segunda-feira 11 Set 2006

O antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri acusou Ramos-Horta de dirigir um golpe de Estado contra a Fretilin. Em resposta à declaração de Horta de que a Fretilin precisa de mudanças na liderança, Alkatiri disse que o corrente Primeiro-Ministro fez todas as movimentações possíveis para o forçar para fora do governo e depois pretendeu apresentar os nomes dos candidatos para o cargo de primeiro-ministro sabendo que era o único que seria Primeiro-Ministro. Falando numa reunião com membros do Comité Central da Fretilin de 13 distritos no Sábado, Alkatiri clarificou aos membros do seu partido que a razão porque saiu do cargo de Primeiro-Ministro se deveram às manipulações do corrente Primeiro-Ministro.

Alkatiri disse ainda que Horta sabia que José Luis Guterres não tinha uma chance de ser o secretário-geral da Fretilin mas usou uma maneira de dividir a Fretilin pondo-se ao lado do ‘Grupo para a Mudança da Fretilin’. O Secretário-Geral da Fretilin disse que todos os membros do CCF tinham concordado manter um diálogo com o ‘Grupo para a Mudança da Fretilin’ ou suspender o grupo por não mais obedecer às regras do partido.

Sunday, September 10, 2006

Renado Threatens Revolution in Timor-Leste

Fugitive E Timor rebel leader threatens revolution
Stephen Fitzpatrick, Jakarta correspondent
September 11, 2006
http://www.theaustralian.news.com.au/story/0,20867,20387752-31477,00.html
EAST Timor renegade Alfredo Reinado has promised revolution or a fight to the death unless the interim Government of Jose Ramos Horta is sacked and executive power handed to President Xanana Gusmao.
Major Reinado, who along with dozens of his followers escaped from jail in Dili on August 30, is on the run deep in the country's rugged inland and says that if international troops, including Australian soldiers, try to take him by force "all they will find is my dead body".

In an interview to be screened this week on Indonesian television, he accuses deposed prime minister Mari Alkatiri of "holding the remote control that directs the Government, using his agents on the inside".

Major Reinado says he is prepared to take responsibility for his part in the violence that rocked East Timor in May, leading to the loss of about 30 lives, "but only when the law itself is loyal to the little people".

So long as other political players behind the deadly clashes remain free, he says, he will not turn himself in and that his arrest on July 25 "at the orders of Jose Ramos Horta" was an attempt to silence him.

Major Reinado was imprisoned on attempted murder and firearms charges, but said he escaped after a 30-day time limit to bring proceedings against him had passed without anything happening. "I didn't run from the law. I'm here to give the law a chance to be implemented correctly," Major Reinado says.

He claims Mr Ramos Horta's administration is under the influence of "what I can call the Mozambique mafia, including Mari Alkatiri with his gang".

Dr Alkatiri, who stood down as prime minister in June after violent protests, was responsible for shaping a national budget handed down by Mr Ramos Horta, which will see regional and infrastructure development carry on aggressively.

One of the rallying cries against Dr Alkatiri was that his government was not funnelling money back to the districts - a perception his own budget attempted to address.

When he resigned, Dr Alkatiri vowed to carry his ruling Fretilin party to victory at elections due in May next year. But Major Reinado says in the interview that he doubts the country will be stable enough for polls to take place.

"We have given the Government time to resolve this problem but if they cannot resolve it, there must be a revolution, involving correct law enforcement, and all the leaders who have broken the law must be ready to face trial."

He says the Australian-led Joint Task Force had only been used "to hunt the people, including my group". "Why have they done this? We are not criminals, we are not thieves. We're not the oppressors of the people."