Friday, February 02, 2007

DISCURSO DO BRIGADEIRO GENERAL TAUR MATAN RUAK POR OCASIÃO DO SEXTO ANIVERSÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DAS FALINTIL – FORÇA DE DEFESA DE TIMOR-LESTE

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
RDTL

FALINTIL – FORÇA DE DEFESA DE TIMOR-LESTE
F-FDTL

DISCURSO DO BRIGADEIRO GENERAL TAUR MATAN RUAK POR OCASIÃO DO SEXTO ANIVERSÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DAS FALINTIL – FORÇA DE DEFESA DE TIMOR-LESTE

Baucau, 1 de Fevereiro de 2007

Excelências

Presidente da República, Kay Rala Xanana Gusmão
Presidente do Parlamento Nacional, Francisco Lu-Olo Guterres
Primeiro-Ministro José Ramos-Horta
Presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes
Representante Especial do Secretário-Geral da ONU, Atul Khare
Reverendo Bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento
Senhoras e Senhores Deputados
Senhoras e Senhores Membros do Governo
Membros do Corpo Diplomático
Oficiais e Agentes da PNTL
Membros da Comunicação Social
Senhoras e Senhores,

Oficiais, Sargentos e Praças das F-FDTL

Bem-vindos ao Quartel do 1º Batalhão das F-FDTL!

Passam-se hoje seis anos sobre a constituição das Falintil-Força de Defesa de Timor-Leste, pilar do Estado, elemento estruturante da República Democrática de Timor-Leste.

Neste último ano da sua existência o país tendo vindo a atravessar uma crise que alguns designam de política e militar. Se quisermos ser rigorosos, esta crise manifestou-se nas Forças de Defesa e Segurança. Contudo, as suas origens ultrapassam a instituição militar. Elas encontram-se no nosso passado remoto e também no passado recente. O nosso posicionamento no espaço geoestratégico é factor também a ter em conta.

É certo que houve problemas no nosso seio. As F-FDTL assumem a responsabilidade das suas acções. Mas, deseja que outras instituições com responsabilidade na situação de crise, também o façam.

Paulatinamente, a situação vai-se clarificando. Vivemos momentos de grande dor nos quais se deixou passar a imagem de que os nossos efectivos teriam violado o seu juramento militar de respeito à Constituição da República ao enveredar em acções condenáveis, nomeadamente que teriam cometido um massacre.

Desde a primeira hora dispusemo-nos a aclarar a verdade dos factos. Dissemo-lo em diversas ocasiões e volto a repetir hoje: colaborámos com todas as Comissões de Inquérito que visam apurar a verdade, colocámo-nos à inteira disposição do sistema de justiça.

Esta é também a nossa forma de contribuir para a estabilidade e afirmação da soberania do nosso país.

A estabilidade depende de inúmeros factores. Pelo que nos toca, as F-FDTL são e continuarão a ser APARTIDÁRIAS em total respeito ao consagrado na nossa Constituição. As Forças de Defesa inserem-se num sector mais vasto, comummente designado por Sector de Segurança. O Comando das F-FDTL reafirma a sua vontade e disponibilidade de trabalhar com a Força irmã que é a PNTL.

Neste ano de realização das eleições presidenciais e legislativas reafirmamos o nosso posicionamento não partidário.

Neste nosso aniversário serei breve ao falar do futuro. Finalizámos um estudo sobre a circunstância estratégica, as missões, os objectivos e o tipo de Força de Defesa que o país precisa. Tornamos público esse estudo no dia 22 de Janeiro último.

O nosso país é uma meia ilha e do nosso território também fazem parte um enclave, uma ilha e um ilhéu. O mar é uma realidade incontornável e a soberania implica pensar criativamente a jurisdição sobre o mar.

Inevitavelmente, as Forças de Defesa têm de ter uma componente naval. Entendemos que o Mar é uma ponte que nos une aos nossos vizinhos e, no planos de defesa e militar há que aprofundar a cooperação com as componentes navais ou marinhas dos países vizinhos.

As novas ameaças implicam sobretudo que olhemos para a segurança em termos regionais. Não queremos a Austrália e a Indonésia vistas apenas como vizinhos. Queremos desenvolver relações de cooperação e de amizade com as forças congéneres.

Reconheço que não temos tradição naval. Importa começar e aprofundar. Esta é uma das orientações do Estudo da “Força 2020”.

Com os efectivos que temos, impõem-se reorganizar a Força à luz das novas orientações. Já foi dada a ordem aos meus oficiais e assessores para iniciarem de imediato esta tarefa.

Para melhor cumprir a nossa missão de servir o País e o Povo, temos de levantar um Pelotão de Engenharia. É uma forma de valorizarmos a tradição de Servir das Gloriosas FALINTIL.

Como forma de contribuir para a Paz no mundo, e sempre ao serviço do nosso País, devemos dispor de efectivos capazes de agir integrados em forças de manutenção de paz, no estrangeiro.

Nenhuma destas tarefas se realiza num curto espaço de tempo mas estamos determinados a concretizá-las.

Neste 6º Aniversário, como Comandante da Força exprimo o meu profundo agradecimento a todos os países que cooperaram com as nossas Falintil-FDTL. Tendo consciência de um longo caminho que ainda temos a percorrer a cooperação é uma exigência para que as F-FDTL ajam de forma profissional mas sempre ao serviço do nosso País e do nosso Povo.

Oficias, Sargentos e Praças das Falintil-FDTL,

Uma palavra final que desejo dirigir-vos. Quero destacar a vosso comportamento de disciplina e vossa lealdade para com o Povo, a Constituição e as nossas Falintil-FDTL. Eu confio em vós!

Muito Obrigado.

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