Timor-Leste/Presidenciais: "Se decidir avançar, avanço" - Ramos-Horta
Díli, 7 Fev (Lusa) À O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, afirmou hoje que continua em aberto a hipótese de se candidatar à Presidência da República e manifestou o desejo de ter o apoio "de todas as forças políticas.
"Se decidir avançar, avançarei", declarou hoje em Díli antes de viajar para Nova Iorque.
"Gostaria de ter o apoio de todas as forças políticas", reafirmou o chefe de governo, sublinhando que ainda não tomou a decisão de se candidatar às eleições de 9 de Abril. "Conto com Deus e com o povo", afirmou à margem da assinatura de um acordo para a conclusão da rede de emissores da televisão timorense em todos os distritos.
José Ramos-Horta não quis responder ao secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, que segunda-feira exigiu em conferência de imprensa desculpas públicas do actual primeiro-ministro e do Presidente da República, Xanana Gusmão.
"Eles sabem perfeitamente os corredores que fizeram para me forçarem a sair do governo", referiu Mari Alkatiri ao anunciar, segunda-feira, o arquivamento do processo-crime aberto contra si em Junho de 2006, por alegada entrega de armas a civis.
"Os meus actos foram todos públicos e a minha preocupação única e exclusiva foi de evitar que a crise (se) agravasse e descambasse em guerra civil", explicou hoje José Ramos-Horta antes de deixar o país para uma visita a Nova Iorque e a Berlim.
"Esforcei-me muito para o diálogo entre a Presidência da República e a direcção da Fretilin", acrescentou.
"O que eu disse na altura é que nunca acreditei que o doutor Mari Alkatiri pudesse estar implicado directa ou indirectamente nas alegações feitas" contra ele.
O gabinete do primeiro-ministro distribuiu terça-feira à imprensa uma nota com a transcrição de uma entrevista à Australian Broadcasting Corporation e um despacho da agência AFP, ambos de Julho de 2006, nos quais José Ramos-Horta afirmava a mesma incredulidade e "inexistência de provas" contra Mari Alkatiri.
José Ramos-Horta acompanhará em Nova Iorque o debate no Conselho de Segurança sobre a situação em Timor-Leste e o futuro da missão das Nações Unidas no país.
Sem outro comentário à invectiva pública de Mari Alkatiri, José Ramos-Horta explicou que nunca teve qualquer intenção de ocupar a chefia do governo, propondo até "vários nomes" para o cargo antes de aceitar liderar o II Governo Constitucional.
"Se não tivesse havido crise, não estaria aqui hoje", disse ainda o primeiro-ministro. "Abandonei a minha não-candidatura a secretário-geral das Nações Unidas, quando já tinha muitos apoios para o cargo", no Conselho de Segurança, de membros permanentes, "de políticos em Washington".
PRM Lusa/Fim
Friday, February 09, 2007
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