Monday, May 22, 2006
Incidentes de Abril foram Massacre
22-05-2006 14:32:00.
Fonte LUSA.
Notícia SIR-8011359
Temas: política conflitos timor-lesteTimor-Leste:Incidentes de Abril foram "massacre" ordenado pelo PM -Major Reinado
Aileu, Timor-Leste, 22 Mai (Lusa) - O major Alfredo Reinado, comandante da Polícia Militar timorense, qualificou hoje de "massacre" ordenado pelo primeiro-ministro Mari Alkatiri os incidentes registados na sequência das manifestações de militares contestatários em Díli a 28 e 29 de Abril.
"É um massacre, porque se matou mais de uma pessoa sem clarificação ou propósito", disse Reinado, numa conferência de imprensa em Aileu, a 47 quilómetros de Díli, onde está acantonado com cerca de 20 homens.
O major Reinado repetiu hoje a acusação de que foi Mari Alkatiri a ordenar directamente às Forças Armadas, na pessoa do chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Lere Anan Timor (segundo da hierarquia militar), que substituíssem a polícia nos confrontos em Díli, sem dar conhecimento ao Presidente da República, como obriga a lei orgânica das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL.) "A realidade é que o coronel Lere, sabendo que o Brigadeiro- General Taur Matan Ruak (o "número um" das Forças Armadas timorenses) estava fora do país, recebeu ordens do primeiro-ministro (Ó) sem consultar o Presidente (Xanana Gusmão) enquanto Comandante-Supremo", referiu Alfredo Reinado.
Contactado pela Agência Lusa, o gabinete do primeiro-ministro escusou-se a comentar.
A 28 de Abril, em Díli, registou-se no bairro de Taci Tolo, na capital, o primeiro de dois dias de confrontos violentos entre efectivos das Forças Armadas, comandados por Lere e militares contestatários, que se seguiram às manifestações de cerca de 600 militares que protestavam pelo seu afastamento do Exército.
Os confrontos provocaram, segundo números do Governo, cinco mortos e dezenas de feridos.
"Lere recebeu as ordens de Mari Alkatiri devido a interesses políticos, ou recebeu a ordem do PM como líder do Governo?", questionou Reinado.
"Eu ainda me lembro das palavras do coronel Lere e de outros líderes, que sempre nos foram apresentados como heróis e que sempre nos disseram: não quero que algum dos meus soldados faça alguma coisa antes de qualquer soldado cair ao chão", acrescentou, comentando as declarações de Lere à Agência Lusa de que as Forças Armadas ripostaram aos manifestantes, que dispararam primeiro.
Reinado acusou Lere de não conseguir abandonar o que descreveu como "uma ideologia de 24 anos de guerrilha" que, considerou, "não muda com o uniforme que usa".
"Lere - argumentou - não implementa o treino como um militar, mas implementa o treino como um guerrilheiro, como foi antes. Como é que se pode mudar a ideologia, a mente de uma pessoa que passou 24 anos no mato, como guerrilheiro, para servir num sistema moderno de defesa regular?".
"Neste sistema - adiantou - é necessário respeitar os procedimentos e os regulamentos do uso de qualquer arma de combate. Eu penso que, como coronel, ele não conhece os regulamentos".
RBV.
Lusa/Fim
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