Tuesday, May 23, 2006

Timor-Leste: Envolvimento de comandante operacional da polícia nacional desmentido

Timor-Leste: Envolvimento de comandante operacional da polícia nacional desmentido


Díli, 24 Mai (Lusa) - O envolvimento do comandante operacional da polícia nacional, Ismael Babo, no ataque ao quartel-general das Forças Armadas foi desmentido por fonte governamental em declarações à Agência Lusa.

A mesma fonte garantiu ter contactado Ismael Babo que desmentiu a informação anteriormente prestada à Lusa por fonte militar.

O quartel-general das Forças Armadas timorenses foi hoje atacado por dezenas de homens armados, revelou à Agência Lusa fonte militar.

A mesma fonte acrescentou que entre os rebeldes que atacaram o quartel-general, situado a 10 quilómetros do centro da cidade de Díli, figuram ex-militares, civis armados e efectivos da polícia.

"Não há ainda conhecimento de baixas de um e de outro lado", indicou a mesma fonte.

Esta situação ocorre menos de 24 horas depois de elementos rebeldes das Forças Armadas e da polícia terem emboscado efectivos do exército e das forças de segurança de Timor-leste.

O balanço total dos confrontos registados terça-feira em Becora é de três mortos e nove feridos.

A conferência de imprensa que deveria estar a decorrer na presidência da República foi entretanto adiada para as 12:00 (04:00 em Lisboa) e nela vão marcar presença o presidente Xanana Gusmão, o primeiro-ministro Mari Alkatiri e o presidente do parlamento, Francisco Guterres "Lu-Olo".

A actual crise em Timor-Leste remonta a Fevereiro, quando um grupo de cerca de 600 militares protestou contra alegadas "medidas discriminatórias" de que era alvo por parte da hierarquia militar.

Os 595 militares contestatários são maioritariamente naturais dos 10 distritos mais ocidentais do país, pelo que se auto-denominam "loromonu", por oposição aos "lorosae", nativos dos três distritos da zona leste.

Em Março, os militares contestatários foram afastados do exército pelo comandante das Falintil (Forças de Defesa de Timor-Leste), brigadeiro-general Taur Matan Ruak, uma decisão que teve o apoio do Governo, mas foi mais tarde criticada pelo Presidente, Xanana Gusmão.

RBV/EL.

Lusa/Fim

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