Wednesday, May 31, 2006

Timor-Leste: Forças estrangeiras contribuem para melhorar situação - Ramos Horta

Timor-Leste: Forças estrangeiras contribuem para melhorar situação - Ramos Horta


Díli, 31 Mai (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste reconheceu hoje que ainda existe medo e há muito por fazer para restaurar a paz no país, mas a acção das forças estrangeiras está a contribuir para uma melhoria da situação.

"Naturalmente que ainda existe medo e muito falta ainda fazer para que a paz de espírito seja restaurada e as pessoas se sintam confiantes em regressar às suas casas e retomarem as suas actividades", afirma José Ramos Horta em comunicado.

Segundo o ministro, regista-se, no entanto, uma melhoria da situação decorrente da intensificação e reforço, em cada vez mais áreas da capital timorense, da acção dos militares e polícias enviados pela Austrália, Malásia e Nova Zelândia.

Lembrando que a última madrugada foi a primeira em que foi possível dormir sem sobressaltos ou receios, Ramos Horta acrescenta que no resto do país não há registo de incidentes.

Com o objectivo de avaliar pessoalmente o que se passa nos distritos do interior, o ministro dos Negócios Estrangeiros está a efectuar contactos e visitas a vários distritos.

Hoje deslocou-se ao Suai, distrito de Covalima, onde contactou a população e estabeleceu contactos com efectivos da Unidade de Patrulha de Fronteira, da Polícia Nacional de Timor-Leste, e com os oficiais de ligação das Nações Unidas.

"Salientei aos funcionários da administração pública a importância de continuarem a servir as populações e em não se afastarem das suas obrigações", frisou.

Ramos Horta aproveitou para informar a população dos últimos desenvolvimentos visando a resolução da crise em Díli, designadamente a comunicação ao país do Presidente Xanana Gusmão.

Na comunicação, feita terça-feira à noite (hora local), o presidente timorense anunciou a adopção de várias medidas de emergência tendentes a fazer face à crise, que vigorarão durante 30 dias, prorrogáveis se necessário e sem prejuízo da instauração do estado de sítio, caso tal venha a revelar-se necessário.

Entretanto, no quadro da avaliação pelas Nações Unidas da actual situação na capital, Ian Martin, enviado especial do secretário- geral Kofi Annan, voltou hoje a ser recebido pelo presidente Xanana Gusmão.

Ian Martin, que chefiou a missão da ONU que supervisionou o referendo de 30 de Agosto de 1999, em que a maioria dos timorenses votou a favor da independência, pondo termo a 24 anos de ocupação indonésia, chegou segunda-feira a Díli, tendo nesse mesmo dia sido recebido pelo chefe de Estado timorense.

Fonte da Presidência da República disse à Lusa que "os dois encontros se enquadram no mandato conferido pelo secretário-geral da ONU, de avaliação directa da situação no país".

Além de Ian Martin, que não fez declarações à saída, no encontro de hoje esteve também Tamrat Samuel do Departamento de Assuntos Políticos da ONU, um dos elementos da organização que mais acompanhou a questão de Timor-Leste no período entre 1999 e 2002.

EL.

Lusa/fim

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